Você está certo em caracterizar a rebelião de Lúcifer como um ato insano. Mas não se esqueça que, embora Lúcifer tivesse uma superabundância de dons espirituais, ele também gozava – como nós – do dom de livre-arbítrio. Deus o deixou livre para escolher entre o bem e o mal e, como sabemos, ele escolheu o mal.
Considere Adão e Eva: antes da Queda, eles possuíam imortalidade, controle sobre suas paixões e apetites, integridade plena de suas vontades, ainda como uma inteligência humana bem superior à que possuímos hoje. Da mesma forma, tal como Lúcifer, eles preferiram cometer um pecado mortal. Isto significa que Deus permitiu que eles exercessem o seu livre-arbítrio.
Quanto ao pecado particular que os anjos-maus cometeram, muitos teólogos crêem que aos anjos foi dado, antes da sua Queda, um prévio conhecimento quanto aos seres humanos (que seriam inferiores a eles), bem como um conhecimento prévio de que o próprio Deus (a segunda Pessoa da Trindade) encarnaria como homem para redimir o universo através da sua morte na cruz.
Tal revelação teria desagrado Lúcifer porque isso significaria que ele e os outros anjos teriam que adorar o Deus encarnado. Lúcifer e outros anjos que sentiam orgulho de serem superiores aos homens, em sua arrogância, não se permitiram adorar Jesus Cristo, Deus e Homem. Esta recusa – este “non serviam” (=não servirei) – teria dado origem à rebelião. Mas isso é apenas uma teoria teológica.