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Quais são os fundamentos teológicos sobre o uso de imagens na Igreja?

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Índice

Muitos católicos são deparados frequentemente com objeções acerca do uso de imagens, objeções que nos acusam de idólatras e dentre outras. O grande problemas dessas argumentações, que no início da minha conversão ao catolicismo era difícil compreender, é que não encontram embasamento nas Sagradas Escrituras, e só encontramos na opinião isolada do protestantismo.

Nesse artigo quero trazer alguns dos fundamentos teológicos que embasam o uso de imagens na Igreja, fundamentos com raízes profundas na Tradição, na Bíblia e nos ensinamentos dos Padres da Igreja.

1. Encarnação de Cristo

  • Um dos argumentos teológicos mais significativos é o mistério da Encarnação. Quando Deus se fez carne (João 1,14), Ele assumiu uma forma visível e tangível ao homem. Partindo desse principio, entendemos que a matéria pode ser usada para transmitir verdades espirituais. Assim, as imagens de Jesus, da Virgem Maria e dos santos servem como meios visuais para lembrar a realidade da Encarnação e a santidade na vida cristã, para nos dar inspiração e buscar meios de seguir a palavra de Deus.

2. Biblicidade e Tradição

  • O Antigo Testamento proibia a confecção de imagens para adoração (Êxodo 20,4-5), contudo, é necessário compreender que esse mandamento visa proibir a confecção de imagens dos ídolos das religiões pagãs. Por exemplo, o próprio Deus ordenou o uso de imagens no culto em determinadas ocasiões, como as dos querubins sobre a Arca da Aliança (Êxodo 25,18-22) e a serpente de bronze (Números 21,8-9). No contexto da Igreja, as imagens não são adoradas, mas veneradas, visando elevar a mente e o coração a Deus.
  • As imagens no catolicismo não tem por objeto a adoração daquilo que a imagem representa, assim como a imagem que olhamos numa foto não tem sentido de adoração. A imagem nos faz lembrar do passado, nos fazer refletir sobre a vida que aquela pessoa teve, sobre como ela buscou as coisas de Deus. Por essa razão, a Tradição da Igreja nos ensina que as imagens são para fazer refletir, lembrar e nos espelhar naqueles que imitaram a Cristo, tendo em mente que, somente a Deus devemos adoração.

3. Apoio dos Concílios Ecumênicos

  • O II Concílio de Niceia (787 d.C.) foi crucial para definir a teologia das imagens, que até então, não estava definida, era somente uma tradição que existia desde o século I. Esse concílio afirmou que venerar imagens é legítimo, pois a honra dada à imagem é direcionada ao protótipo que ela representa, ou seja, à pessoa divina ou santa retratada. A prática foi defendida contra a heresia iconoclasta, que rejeitava o uso de imagens religiosas.

4. Catequese Visual

  • Durante séculos, a Igreja usou imagens como uma forma de catequese, especialmente em períodos de analfabetismo generalizado. Pinturas, esculturas e vitrais auxiliaram os fiéis a compreenderem os mistérios da fé e a se aproximarem das verdades evangélicas. Por essa razão, as Igrejas do passado estavam sempre repletas de pinturas, para que os mais leigos compreendessem melhor o papel da Igreja e as obrigações do cristão, uma vez que saber ler, era um recurso que alcançava poucas pessoas.

5. Fé e Inspiração

  • As imagens não são consideradas objetos mágicos, mas instrumentos que inspiram fé, piedade e devoção. Elas nos ajudam contemplar as virtudes e a santidade de Deus, de Maria e dos santos, oferecendo um modelo de vida cristã a todos.
  • Nos vivemos num mundo cheio de superstições, e diferente das religiões pagãs e heresias, a Igreja está aberta a todos, independente do seu credo, pois a porta de entrada é o meio por onde ocorrem grandes conversões. Nesse sentido, é comum que algumas pessoas que somente frequentam a Missa, mas não fazem parte do catolicismo, tragam consigo suas mazelas do paganismo, se pondo a adorar, fazer superstições e tratar imagens e aquilo que ela representa como um deus; isso não reflete o caráter da Igreja Católica, pois o povo perece por falta de conhecimento.

Conclusão:

O uso das imagens tem profundo embasamento nas Sagradas Escrituras, não é uma ideia distorcida para tentar tirar Deus do centro das coisas, ao contrário, coloca Deus como centro e os santos como seus servidores, que nos inspiram viver uma vida de santidade e chegar no mesmo lugar que eles.

Por Gilson Azevêdo

 

Sobre Nós

Somos um apostolado iniciado em 2012 com a proposta de catequizar católicos nos meios digitais, para amarem sua fé e compreender os ensinamentos da Santa Igreja e de Jesus Cristo.

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