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A Veneração de Imagens na Doutrina Católica: Uma Reflexão Teológica e Bíblica

Índice

A veneração de imagens é um tema frequentemente debatido entre católicos e protestantes. Enquanto os críticos protestantes nos acusam de praticar de idolatria, a doutrina católica a defende como uma expressão legítima e profundamente enraizada nas Sagradas Escrituras e na Tradição Apostólica. Com base nos meus estudos, irei explorar neste artigo, de forma teológica e bíblica, como a veneração de imagens está em conformidade com a fé cristã autêntica e como responder aos argumentos contrários.

1. Distinção Entre Adoração e Veneração

A chave para compreendermos a veneração de imagens é a distinção teológica entre adoração (latria) e veneração (dulia). A Igreja ensina que a adoração é devida exclusivamente a Deus. O Catecismo (CIC) número 2132 esclarece:

“O culto da religião não é dirigido às imagens em si mesmas, consideradas como simples coisas, mas à realidade que elas representam.”

A veneração dirigida às imagens não é idolátrica porque não substitui Deus por um objeto, mas conduz o fiel à contemplação d’Ele.

A acusação protestante de que a veneração de imagens é idólatra geralmente se baseia em uma interpretação literal e isolada de êxodo 20, 4-5, onde diz:

“Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto.”

Contudo, a proibição neste contexto refere-se à criação de ídolos como substitutos de Deus. A leitura holística da Escritura revela que o próprio Deus ordenou a confecção de imagens para uso sagrado, do contrário, estaríamos afirmando que Deus é contraditório, visto a seguir.

2. Imagens na Escritura Sagrada

No Antigo Testamento, encontramos vários exemplos em que Deus não apenas permite, mas ordena a criação de imagens como instrumentos de culto:

  • A Arca da Aliança: Em êxodo 25, 18-20, Deus ordena a Moisés que faça dois querubins de ouro para serem colocados sobre o propiciatório da Arca. Esses querubins não eram objetos de adoração, mas simbolizavam a presença divina.
  • A Serpente de Bronze: Em Números 21, 8-9, Deus ordena a Moisés que construa uma serpente de bronze e a levante sobre uma haste para que aqueles que fossem mordidos por serpentes venenosas pudessem olhar para ela e serem curados. Jesus posteriormente usa essa imagem para prefigurar sua própria crucificação (João 3, 14-15).

Esses exemplos demonstram que a proibição de imagens em êxodo 20 não era absoluta, mas estava direcionada à idolatria.

A saída do Egito e a purificação de suas práticas:

Ler a bíblia ao seu bel-prazer é o maior erro do protestantismo, que se apega apenas ao que está escrito e negligência a cultura/contexto social da época, levando os crentes crerem em neologismos.

Quando o povo foi liberto do Egito, trouxeram consigo as práticas do Egito, bem como seus cultos e adorações, e todos precisavam se purificar dessas ideias.

Durante toda caminhada, vemos diversos episódios do povo querendo criar deuses conforme a ideia do Egito, e para purgar isso deles, foi preciso algumas proibições. Oras, se criar imagens tivesse tido uma proibição em sua totalidade, mais tarde Deus não mandaria fazer imagens.

3. A Encarnação e a Legitimação das Imagens

O evento central do Cristianismo é a Encarnação do Verbo. Em João 1, 14 lemos: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós.” Na Encarnação, Deus invisível tornou-se visível em Jesus Cristo. Como diz São Paulo em Colossenses 1:15, “Ele é a imagem do Deus invisível.” Ao assumir a natureza humana, Cristo santificou a representação visual da divindade.

Os Padres da Igreja, especialmente durante a controvérsia iconoclasta, defenderam vigorosamente o uso de imagens com base na Encarnação. O Sétimo Concílio Ecumênico, em Nicéia II (787), proclamou: “Quanto mais frequentemente essas imagens forem contempladas, tanto mais os que as contemplam serão levados à memória e desejo dos modelos originais.” Assim, a veneração das imagens está intrinsecamente ligada à confissão da Encarnação.

Lembre-se que o Espirito Santo é presentado em forma da imagem um pombo, e, ao mesmo tempo, nas Escrituras Cristo é representado como um Leão. Partindo dessa ótica, vemos que usar imagens como representação de algo não é proibido, mas uma forma de nos levar ao entendimento de algo.

4. Resposta aos Argumentos Protestantes

a) “Somente a Escritura basta” (“Sola Scriptura”)

Os críticos protestantes rejeitam frequentemente a veneração de imagens porque a consideram não explicitamente sancionada pela Escritura. Contudo, essa abordagem ignora que a Tradição Apostólica é uma fonte de revelação igualmente válida (2 Tessalonicenses 2:15). A prática da veneração de imagens está documentada nos primeiros séculos do Cristianismo, muito antes do surgimento da Reforma.

b) “A veneração é idolatria”

Como já discutido, a veneração não é adoração. Um paralelo bíblico pode ser encontrado em Josué 7:6, onde Josué prostra-se diante da Arca da Aliança. Esse ato não foi idolátrico porque a Arca era um símbolo da presença de Deus.

É comum termos em nossas casas fotos de parentes que já se foram, e costumeiramente, ao olharmos essas fotos, nos lembramos dos feitos dessa pessoa, e se foram bons feitos, buscamos ser como nosso pai, mãe, avó, avô, tio e assim por diante, mas nada disso é adoração, é uma veneração.

c) “As imagens são supérfluas”

A Igreja ensina que os sentidos humanos desempenham um papel crucial na experiência espiritual. As imagens sacras auxiliam os fiéis a elevar a mente a Deus. Como afirma São João Damasceno: “O que é a palavra para o ouvido, a imagem é para o olho.”

5. A Veneração no Cotidiano dos Fiéis

No âmbito pastoral, a veneração de imagens tem um papel catequético e devocional. As representações de Cristo, de Nossa Senhora e dos santos inspiram os fiéis a imitar suas virtudes. Como nos lembra o Catecismo (CIC 2131), “A contemplação das santas imagens, juntamente com a meditação da palavra de Deus, contribui para alimentar os fiéis, na prática das virtudes e na fé.”

Conclusão

A veneração de imagens não é uma prática opcional ou acessória no catolicismo, mas uma expressão legítima e profundamente enraizada na fé cristã.

Embasada na distinção entre adoração e veneração, na história bíblica e na reflexão teológica sobre a Encarnação, esta prática conduz o fiel ao encontro com Deus. O desafio para os católicos é viver essa prática com compreensão e devoção, testemunhando a beleza da fé diante das objeções protestantes e dos mal-entendidos modernos.

Ao contemplar uma imagem sacra, o cristão não olha para o objeto em si, mas para a realidade celestial que ele aponta, elevando o coração ao Senhor que é digno de toda adoração.

Por mais que o protestante odeia o uso de imagens nas Igrejas Católicas, todos eles ao viajar, geralmente adentram em igrejas históricas, seja para contemplar o passado ou apreciar a beleza do local, mas não adentram nos próprios templos que eles próprio constroem, pois não levam aca contemplação do sagrado.

No fundo, todos reconhecem a veracidade do catolicismo, mas o engam para não serem atacados e visto com maus olhos pelos seus.

— Gilson Azevêdo

 

Sobre Nós

Somos um apostolado iniciado em 2012 com a proposta de catequizar católicos nos meios digitais, para amarem sua fé e compreender os ensinamentos da Santa Igreja e de Jesus Cristo.

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